11 Mar O Jornal Económico – Trabalhadores do fisco dizem que concurso da Autoridade Tributária para contratar 200 pessoas é “mau”
O sindicato denuncia esta sexta-feira que recebeu “inúmeros contactos” de trabalhadores das carreiras subsistentes e de técnicos superiores “revoltados” pela falta de progressão na sua carreira e devido às vagas serem todas para a região de Lisboa.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) denunciou esta sexta-feira que a abertura de um novo concurso externo para contratar trabalhadores para a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) está a causar desconforto entre os profissionais do sector, porque há carreiras estagnadas e desinvestimento na descentralização, uma vez que todas as vagas são para Lisboa.
Em causa está a abertura de um concurso externo para candidatos com ou sem vínculo à Administração Pública por parte da AT a 24 fevereiro. O objetivo é recrutar 200 colaboradores: 180 novos inspetores tributários e aduaneiros – dos quais 140 com licenciatura ou grau académico superior nas áreas de Auditoria, Contabilidade, Economia, Finanças e Gestão – e 40 com licenciatura ou grau académico superior na área do Direito.
O STI diz que a tutela das duas uma: ou demonstra um “desconhecimento” das verdadeiras necessidades do Fisco ou “deixa nas entrelinhas um projeto escondido” para centralizar a AT e extinguir a curto prazo as unidades orgânicas locais e regionais.
“É triste que, após tantos anos à espera de um concurso externo, a AT, sem resolver os problemas de quem já está há anos na casa, venha apresentar um concurso para ITA, só para Lisboa, onde já estão 40% dos trabalhadores da AT”, critica a entidade sindical presidida por Ana Carmina Gamboa.
O sindicato denuncia hoje que recebeu “inúmeros contactos” de trabalhadores das carreiras subsistentes e de técnicos superiores “revoltados” com este concurso, por não receberem qualquer sinal da abertura dos seus procedimentos e poderem vir a ser ultrapassados pelos futuros trabalhadores que vão ingressar na AT.
“No meio de tantos problemas podia ser que um concurso externo fosse uma coisa boa para a AT e para Portugal. Mas conseguiram arranjar um que não é. Até, o que podia ser bom, é mau”, afirma o STF.
A direção do STI refere ainda que a insatisfação se deve aos profissionais desta área, independentemente das funções, terem de trabalham em serviços com menos de 50% dos quadros, sem equipamentos funcionais, desde computadores a impressoras avariadas, com alterações legislativas para implementar, quer nas áreas de atividade como a justiça, a cobrança e a inspeção, quer no que respeita ao teletrabalho, sem que haja formação de atualização e sem instruções por parte de quem dirige.