23 Jun Jornal O Minho – Sindicato alerta em Braga que apenas 900 de três mil inspetores tributários estão no terreno
“Significa desinvestimento estratégico no combate à fraude e evasão fiscal”

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), Ana Gamboa, revelou esta quarta-feira em Braga que “dos cerca de três mil inspetores tributários e aduaneiros portugueses, apenas cerca de 900 estão efetivamente no terreno”, o que referiu “significar um desinvestimento estratégico no combate à fraude e evasão fiscal, tema por vezes tabu para os governos, a classe política e a tutela”.
“Mais formação, renovação dos recursos humanos, melhores meios técnicos e equipamentos adequados, mas em especial a colocação efetiva dos inspetores tributários e aduaneiros no terreno, são os aspetos a que a tutela deve dar prioridade para efetivamente combater a fraude e evasão fiscal e aduaneira”, segundo se concluiu no final desta conferência acerca do futuro dos trabalhadores dos impostos.
Ana Gamboa, no encontro com profissionais em que se debateu o estado do combate à fraude e à evasão fiscal e aduaneira, disse “ser essencial apostar eficazmente no combate à evasão, à fraude e também à elisão fiscal, que representam uma fatia importante do incumprimento fiscal e não poderá ser deixada de fora, sob pena de aumentar o sentimento de injustiça entre os cidadãos e as empresas cumpridoras”.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), na sequência da série de debates, em todo o país, que assinalam o 45.º aniversário daquela estrutura, “continuará a discutir a forma como a Autoridade Tributária e a tutela pretendem otimizar este combate, essencial para o futuro do sector, sem esquecer nunca toda a importância dos trabalhadores dos impostos no combate à fraude e à evasão fiscal”.
“Um combate inegável que tem impacto na economia nacional e por essa razão é urgente dotar estes trabalhadores de meios técnicos e equipamentos apropriados para cumprimento da sua tarefa, assim como reforçá-los para as funções para que estão habilitados”, disse Ana Gamboa, referindo “existirem por resolver muitas das questões laborais relacionadas com as carreiras e as condições de trabalho”.
O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Lobo, foi um dos oradores, a par da subdiretora-geral da Inspeção Tributária e Aduaneira, Ana Paula Neto, da diretora dos Serviços Antifraude Aduaneira, Paula Bento Pinto, do diretor da Alfândega de Braga, Joaquim Alves Ferreira, do coordenador da Secção de Investigação e Prevenção da Criminalidade Tributária do DCIAP, Miguel Rodrigues e da bastonária da Ordem dos Contabilistas, Paula Franco, bem como outros especialistas no Direito Tributário e Aduaneiro, para além da recente Distrital de Braga do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), que é agora liderada por Ricardo Ribeiro.