06 Jul Testemunhos – Teletrabalho
Os últimos meses foram tempos de mudança e (re)adaptação, sobre os quais importa refletir e pensar o futuro.
Contámos com a colaboração de alguns Delegados Sindicais, pedindo o seu depoimento sobre a vivência em tempos de pandemia, qual a perspetiva sobre o teletrabalho e sobre a conciliação da vida laboral com a vida familiar, assim como a forma como influenciou o desempenho da função de Delegado Sindical e que desafios esperam no futuro com esta nova realidade de possíveis funções à distância.
Conhecer estes testemunhos, que serão certamente partilhados por muitos outros colegas, ajuda-nos a fortalecer para enfrentar os nossos desafios.
Saudações sindicais a todos!
O SINDICATO SOMOS TODOS NÓS!
Por ti, para ti, contigo!
Viva o STI!
Ângela Paula Vieira Lopes Delegada Sindical no SF de Sintra 3 Sócia nº 7673 «Uma perspetiva do teletrabalho A visão rosa “da coisa” As ferramentas O regime Convívio Hierarquia Assédio |
Carlos Braga Delegado Sindical no SF do Porto 4 Sócio nº 6145 «No que diz respeito ao teletrabalho, gostei do método. Facilita a flexibilização do horário, não há interrupções de raciocínio quando trabalhamos. Fiquei com a ideia de que os objetivos são atingidos, senão ultrapassados. Sobre a conciliação da vida laboral com a vida familiar…este ponto é que me parece ser o busílis da questão. Nem todos os agregados familiares são compostos por gente crescida. Há casos em que existem crianças pequenas que exigem uma atenção constante dos pais, o que causa transtornos ao trabalhador em teletrabalho. Perspetiva sobre a vivência em tempos de pandemia: É uma solução excelente na salvaguarda da sanidade pública, não poderia ser melhor, já que facilita o confinamento, essencial para que a pandemia seja debelada ou controlada. Perspetiva sobre a forma como influenciou o desempenho a função de Delegado Sindical: Face aos meios informáticos existentes, as reuniões ficaram resolvidas através de ferramentas como o zoom, que tem permitido fazer reuniões distritais à distância. Consequentemente não abalou o contacto com os órgãos distritais. Já com os trabalhadores o contacto faz-se através de WhatsApp se necessário. Desafios esperados no futuro com esta nova realidade de possíveis funções à distância: É uma ferramenta que deve ser usada para futuro, quanto mais não seja para funcionários que reúnam as condições agora impostas para a pandemia, pois será um contributo para o ambiente. Tem uma negatividade, a falta de mobilidade que provoca a quem exerce o teletrabalho, está muitas horas sentado. Se o funcionário não fizer, por exemplo, caminhadas diárias, o sedentarismo é muito e prejudicial.» |
Daniel Silva Delegado Sindical no SF Feira 2 Sócio nº 8982 «Decorridos estes meses após início da pandemia, que aumenta a expetativa de eventuais alterações, quer a nível de trabalho local no SF por extinção de postos, porque os serviços deverão encerrar ou unificar e por exemplo, os colegas administrativos podem não estar aptos para o desempenho de teletrabalho. As consequências do teletrabalho são a maior distância entre os colegas e as condições em casam que muitas vezes não são as melhores quer a nível de hardware e software, além das despesas daí inerentes e consequentes atualizações que se podem tornar dispendiosas, pois para o Estado vai ser mais vantajoso do que para os funcionários, bem como do acompanhamento de aprendizagem que a distância dos colegas provoca, pois a aprendizagem física ou no local de trabalho é mais fácil e esclarecedora para o trabalhador, embora saibamos que vamos ter de nos adaptar pois o futuro e incerto.» |
Francisco Rebelo Delegado Sindical na DF de Lisboa Sócio nº 4450 «A DF Lisboa está abandonada, qual edifício sorumbático com os seguranças sempre em serviço, e meia dúzia de funcionários por piso, escondidos nas suas“tocas”e protegidos por máscaras sempre que ousam sair para os corredores! É desolador termos chegado a este ponto em que o pânico paralisou a vida e sobretudo o pensamento, que deveria ser sempre livre, sonhar novos mundos, e não se acobardar perante as ameaças, mais esta, deste novo vírus. A nossa mera existência coloca-nos sempre perante novos desafios e aprendizagens para aperfeiçoarmos a consciência de estarmos vivos a prazo desconhecido! Talvez muita gente ainda tenha a ilusão de que o seu “prazo” é eterno! É de vital importância retomarmos a vida “normalizada”, reviver as interações com colegas, amigos, vizinhos, etc, e usufruir a beleza da natureza! Com consciência claro, e sempre com as devidas precauções, respeitando a vida e liberdade dos outros e a sobrevivência do planeta. O teletrabalho tem uma função complementar, porventura alternativa em casos pontuais, mas não deverá ser prioritário nem generalizado, pois a vida é dinâmica, com interações e emoções em três dimensões!» |
Lúcia Fernandes Delegada Sindical no SF de Barcelos Sócia nº 14928 «O teletrabalho e a pandemia. De acordo com a minha vivência, ingressei no teletrabalho logo nos 1.os dias de estado de emergência até ao dia de hoje. Adaptei-me muito bem, cumprindo sempre os horários e as tarefas que me foram designadas, sempre em contacto com os chefes e colegas. Julgo que o nosso trabalho, principalmente na justiça, pode muito bem ser realizado à distância, sendo necessário, uma ou outra tarefa ser executada no serviço. No meu caso específico, e que não está legislado, foi uma ótima opção, uma vez que tenho um ascendente a meu cargo, que está em casa devido ao encerramento dos centros de dia. Com o teletrabalho, o grau de autonomia e responsabilidade na execução de tarefas é muito mais exigente, o que implica e apela a uma maior entrega de cada trabalhador.» |
Paulo Balhares Delegado Sindical no SF do Montijo Sócio nº 13429 «Estes tempos-limite coloca(ra)m-nos em situações inéditas e as introspeções que fizermos serão úteis, mas ainda assim incompletas, sendo que nada nem ninguém foi ou será poupado aos impactos da pandemia. A conciliação da indispensabilidade do teletrabalho com a vida familiar veio por a nu, além das sofríveis infraestruturas tecnológicas existentes, a falta de condições disponibilizadas pela AT que fez/faz depender o sucesso do exercício das funções à distância das possibilidades/meios individuais de cada funcionário, sendo de esperar que os desafios no futuro se intensifiquem e as condições se deteriorem. A função de delegado sindical não foi (ainda) influenciada.» |
José António Almeida Guerra Delegado Sindical no SF da Guarda Sócio N.º 13556 «Gostaria de alertar que o teletrabalho e o covid19, não é o futuro é o presente. E o futuro muda todos os dias, pelo que não nos podemos apressar demasiado, qualquer decisão deve ser bem ponderada, se a AT não se compromete com rigorosamente nada, vai o STI assumir o quê?O STI tem continuar, manter e reforçar o seu papel na defesa dos sócios, que correm o risco de ficar isolados (ou sentirem, o que vai dar ao mesmo).A função de delegado foi bastante condicionada, fiquei com ideia que na fase inicial alguns sócios (mais ainda a AT em Geral) confundiram mudança com paragem, e penso ser esse o maior desafio, o teletrabalho será uma parcela importante da AT, mas não a única e forçosamente noutros moldes dos atuais.» |
Ricardo Nuno Martins Bastos A. Fernandes Delegado Sindical no SF de Águeda Sócio N.º 12223 «Em Março vim para casa, para teletrabalho, inicialmente sem saber como tudo iria ser, a surpresa e o desconhecido eram as únicas certezas. No entanto, tudo acabou por funcionar bem a desempenhar funções no CAT. Nesta época de pandemia o papel do atendimento à distância foi fundamental para a atividade e serviço da AT e considero ótimo o desempenho. No entanto, dizer que o teletrabalho seja o futuro já acho discutível. Nesta altura o contribuinte ainda oferece muita resistência a não poder ir aos serviços. Não estão preparados para essa mudança.» |
Zélia Duarte Lopes Delegada Sindical na DF de Leiria Sócia n.º 14308 «No meu caso pessoal, o recurso ao teletrabalho, na sequência da Pandemia e do estado de emergência, fez-me sentir numa primeira fase uma inevitável invasão do tempo familiar/pessoal e o trabalho, o que também me foi transmitido por outros colegas, com quem falei. Apesar de tudo, acho que a experiência foi bem sucedida, não comprometeu a minha eficiência e acredito que poderá fazer parte da nossa realidade no futuro, mas saliento que, não devemos esquecer os contactos pessoais, que só com trabalho presencial se consegue, apesar de todas as ferramentas digitais ao nosso dispor.» |
Margarida Creado Delegada Sindical no SF de Idanha-a-Nova Sócia n.º 13925 «Quanto à situação da Pandemia é muito difícil, porque além de todo o desempenho que nos é adstrito, tivermos que dispor dos meios pessoais, para solucionar o máximo de problemas da AT, com deslocações ao Serviço sempre que é preciso, pondo a Saúde em risco. É importante realçar a parte familiar, sendo muitíssimo importante uma boa união, para ultrapassar todos os obstáculos. Gostaria também de realçar o desajustamento profissional, em que contribuo para tudo como qualquer TATA mas continuo integrada na carreira geral de Assistente Técnica.» |